Livro que li: Toda Poesia, Paulo Leminski


Sinopse (na verdade sobre o autor): Na poesia contemporânea brasileira, poucos autores tiveram a bravura transvestida de nonchalance do curitibano Paulo Lemininski. Tal como Phelippe Petit, o equilibrista francês que, em 1974, fez o temerário percurso sobre a corda estendida entre as Torres Gêmeas um espetáculo de risco e cálculo, Leminski foi corajoso o bastante para se equilibrar entre dois enormes edifícios que rivalizavam naquela mesma década: a poesia concreta, de feição mais erudita e superinformada, e a lirica que florescia entre os jovens da chamada “geração mimeógrafo”.
Ao conciliar em seus poemas a rigidez da construção formal e o mais genuíno coloquialismo, o autor praticou ao longo da vida um jogo de gato e rato com leitores e críticos. Se por um lado tinha pleno conhecimento do que se produzira de melhor na poesia - do Ocidente e do Oriente -, por outro parecia comprazer-se em mostrar um à vontade que não raro beirava ao improviso, dando um nó na cabeça dos conservadores. Pura artimanha, claro, de um poeta consciente e dotado das melhores ferramentas para escrever versos.
Entre sua estreia na poesia em 1976 e sua morte, em 1989, a pouco meses de completar 45 anos, Leminski iria ocupar uma zona fronteiriça única na poesia contemporânea brasileira. Ou melhor: ele mesmo encarnaria essa fronteira em que o erudito  e o pop, o ultraconcentrado e a matéria mais prosaica transitariam, de forma legítima ou como contrabando. Não atoa, um dos títulos mais felizes de sua bibliografia pe Caprichos & relaxos: uma fórmula em um programa poético encapsulados com maestria.
Do raríssimo Qarenta clics em Curitiba ao póstumo Winterverno, das obras mais célebres como Distraídos Venceremos aos versos coletados em “Poemas esparsos”, esta edição percorre pela primeira vez toda a trajetória poética do autor paranaense. O haikai, a poesia concreta, o poema-piada oswaldiano, o slongan e a canção - nada parece ter escapado ao “samurai malandro”, que demonstra aqui, com beleza e vigor, por que tem sido um dos poetas brasileiros mais lidos e celebrados das últimas décadas. Com apresentação da poeta (e sua companheira por duas décadas) Alice Ruiz S, posfácio do crítico e compositor José Miguel Winisk e um apêndice que reúne textos de, entre outros, Caetano Veloso, Haroldo de Campos e Leyla Perrone-Moisés, Toda poesia é uma verdadeira aventura - para inteligencia e sensibilidade.
Nº de páginas: 424
Editora: Companhia das Letras


Admito que não sei como fazer resenha de livros de poesias (e de crônicas, na verdade crônicas ainda saem melhor). E por esse motivo ao invés de falar sobre, vou deixar por conta da sinopse, e mostrar aqui as que eu mais gostei entre uma foto e outra. Uma observação importante, eu já fui muito apaixonada por poesias lá nos meus 14 ou 15 anos, mas diminuiu com o tempo e voltei a ler poesias agora, e ainda tenho que voltar a mim familiarizar com poesias hehe.


O tempo fica
cada vez
mais lento 
e eu 
lendo
lendo
lendo
vou acabar 
virando lenda


Vocês nunca vão saber
quanto doí uma saudade
quando perto vira longe
quanto longe fica perto


Antes que a tarde amanheça
e a noite vire dia
põe poesia no café
e café na poesia


1 Comentários

  1. Oi, fiz um selinho no meu blog e indiquei o seu blog, dá uma passada lá. http://follow-and-breath.blogspot.com.br/2013/12/selinho-liebster-award.html

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