Uma lembrança da infância

 


Nesta tarde de uma quarta-feira no meio de novembro estou lendo o livro O mito da beleza de Naomi Wolf que foi lançado em 1991,  no YouTube eu liguei um vídeo de preparação de aquarelas e pintura que me traz tanta paz e tranquilidade que inesperadamente me vem uma memória de anos atrás. Quando criança morava em uma fazenda que minha mãe morava com o meu padastro da época no interior de Minas Gerais, a sensação que eu tinha era que era um lugar longe de tudo, a percepção da criança é totalmente diferente, pode ser que nem fosse tão longe, mas na minha cabeça  de criança se tinha de ir de carro era longe. E lá eu via o mundo tão azul céu da tarde e isso é estranho pq não lembro das noites nessa fazenda, deve ser por ter sido quando era muito criança. O que lembro de lá é isso, a casa simples em tom azul bem clarinho, não lembro de ter tv na casa, mas lembro das tarde brincando na frente da casa na sombra de um pé de árvore bem grande, havia flores que minha mãe plantava ao redor da casa. Eu tenho muita curiosidade em saber o que aquela menina pensava enquanto brincava... e é nesse ponto que a brisa fica interessante. Eu fico pensando que se hoje aqui assistindo esse vídeo de pintura, com uma música tranquila e meus gatinhos filhotes ao meu redor para se esquentar porque o tempo está chuvoso e frio. Se a memória daquela tarde me veio em mente eu imagino que aquela criança estava no momento tão bom e saber que ela estava bem naquele momento da infância faz com que eu fique bem hoje. (ai me vem em mente a série Dark e a teoria de Einstein, será se agora neste momento estou  conectada com a criança que que esta lá naquele momento do meu passado e estou me preparando para o que veio depois daquela tarde até chegar no hoje...) Enfim. Sentir tudo isso agora adulta em um ano que em primeiro momento foi tão difícil, é conseguir parar, respirar e perceber que é possível ficar bem nessa vida que tenho. E chegar a esse ponto é ter consciência do que realmente deve ser feito e como tem que ser feito. É conseguir perceber que tem que existir um equilíbrio entre a vida que tenho que ter e a vida que eu sou. Há contas e obrigações, que financeiramente não consigo manter com a vida que sou, está aqui assistindo vídeo de pintura que me ajuda a melhorar como artista é a vida que sou. E hoje eu entendo o que tenho que fazer agora. E vou tentando conciliar essa dualidade da minha vida: a realidade que vivo no mundo e a realidade que vivo dentro de mim. 

(e será se eu estou conectada com o meu eu velha e ela está lá me preparando agora para o que vai acontecer até eu chegar a ser ela?)

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